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Cresce número de mulheres empreendendo no ES, em 2022

As empresárias correspondem a 33,54% do empresariado capixaba e a maioria dessas mulheres tem entre 35 e 44 anos de idade.
Por Redação
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O número de empreendedoras, no Espírito Santo, segue aumentando. Subiu em quase 8 mil o número de mulheres que começaram a empreender em 2022, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), realizada pelo Instituto Estadual de Geografia e Estática (IBGE).

Enquanto no primeiro trimestre de 2022 esse número era de 198.144 empresárias (32,5%) no Espírito Santo. No segundo trimestre, conforme a última PNAD-C, elas já são 33,5% do empresariado capixaba, totalizando 206.069 mulheres.

E a maioria delas atua no setor do comércio, com uma em cada quatro empresárias seguindo por esse caminho. É o caso, por exemplo, de Claudia Alves, proprietária da Empório B Boutique & Brechó, e que trabalha com moda sustentável há mais de cinco anos. A empresa surgiu logo após Claudia retornar para o Brasil, com os dois filhos.

“Ali eu precisava recomeçar a minha vida. E a única coisa que eu tinha eram as minhas roupas. Contei com a ajuda de minha mãe, que abriu a casa e permitiu que eu vendesse o que tinha. Deu tão certo que não parei mais”, relata a empresária, que recentemente venceu a etapa estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios (PSMN), na categoria Pequeno Negócio, e agora vai representar o Espírito Santo na etapa regional.

Foi durante a visita que fez à Feira do Empreendedor, realizada em julho deste ano, que a empresária Claudia Alves iniciou sua aproximação com o Sebrae/ES. Ela participou das atividades no Espaço Sebrae Delas, que ofereceu mais de 40 horas de capacitação com palestras, painéis e talk-shows para fortalecer e fomentar o empreendedorismo feminino e o protagonismo da mulher à frente dos negócios. Ali ela gravou o vídeo de participação para o PSMN, onde contou sua história.

O começo

A partir de 2018 Claudia abriu a loja, que fica em Jardim Camburi, em Vitória, e passou a ampliar a clientela. “Foi todo um processo. Até a maior árvore do mundo começou com uma semente, e assim também é a nossa trajetória. Comecei em casa, depois numa sala emprestada de uma amiga, para depois conseguir um espaço físico na rua”, explica Alves.

E para cada passo dado, mais aprendizados. Ela, que sempre buscou ajuda e nunca para de se atualizar, por meio de consultorias e mentorias foi aprendendo, também, a expandir o negócio para o espaço virtual. “Eu só fui começar a trabalhar com o online na pandemia, até porque sou mais de gente do que de rede social. Só que não tinha como ser de outra forma, então fui estudar, me informar, aprender a como trabalhar dessa forma”, relata.

Mil ideias

Deu certo! Com as orientações profissionais, entendeu que era ela quem devia assumir as redes da loja e, também, a cara da marca. E quanto mais ela aparecia, mais os números de seguidores, de curtidas e de visualizações subiam. Claudia é, agora, proprietária de um comércio de moda sustentável e blogueira. “Novamente fui me reinventar. Aprendi a fazer foto, a me posicionar, a fazer vídeo e a falar pra câmera. E de repente fui vendo o alcance subir”, lembra.

Só que Empório B Boutique & Brechó ainda vai além de ser uma loja de moda sustentável. O espaço proporciona encontros memoráveis às sextas-feiras com o Resenha, dia em que mulheres se unem para conversar, trocar experiências e apresentar novidades. “Pode ser uma palestra com alguma profissional, ou a apresentação de algum serviço ou produto novo. Ali é um espaço de acolhimento, troca, aprendizado, divulgação e o que mais couber”, explica Claudia.

Afinal, essa acolhida também faz parte do DNA da marca. “Acabei de me lembrar que eu guardava as minhas roupas para emprestar para as amigas. E fazia de forma gratuita, era para que elas pudessem ir para algum evento ou uma viagem com uma peça minha e que eu nem usava mais ou não cabia em mim. Eu já fazia o que faço hoje, mas ainda sem perceber que podia ser a minha renda”.

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Dados PNAD-C

Em sua maioria, as empreendedoras capixabas são negras (56,7%)e atuam por conta própria (85,1%). Mais de 93 mil empreendedoras são as chefes de domicílio, ou seja, as responsáveis por manterem o sustento da casa, e isso representa mais de 45% dessas mulheres, que normalmente figuram entre a faixa etária de 25 a 54 anos, com uma concentração maior na faixa dos 35 aos 44 anos (64.642 empreendedoras).

Os três setores em que elas mais se destacam são, respectivamente: Serviços (47,5%), com destaque para Alojamento e Alimentação, somando 28.643 empreendedoras nesse segmento; Comércio (26%), com 53.604 empreendedoras; e Agropecuária (15%), com 30.807 mulheres atuando nesse setor.

A informalidade ainda é uma realidade para 45,6% das empreendedoras capixabas, com 39,5% delas como empresárias formalizadas e 14,9% como produtoras rurais. Outro dado relevante é que quase 15% das empreendedoras são empregadoras.

E quando se fala de escolaridade, mais de 67% das empreendedoras têm ensino fundamental e médio, completo ou incompleto.Porém, um percentual alto de mulheres tem ensino superior, a exemplo de Claudia, passando de 22%.

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