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Espírito Santo busca reconhecimento da primeira IG quilombola do Brasil

O Beiju do Sapê do Norte é produzido nos quilombos de São Mateus e Conceição da Barra.
Por Redação
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O beiju é uma iguaria feita com massa de mandioca, muito comum no norte do Espírito Santo. Tradicional nos quilombos do Sapê do Norte, nos municípios de São Mateus e Conceição da Barra este alimento pode ganhar o selo de Indicação Geográfica.

Nesta sexta (19), aconteceu o evento de lançamento do pedido da IG do Beiju do Sapê do Norte, em São Mateus.

Os primeiros passos em busca dessa IG do Beiju do Sapê do Norte já foram dados com a formação do Comitê Gestor desse trabalho, que tem o suporte do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae/ES), e agora com o evento de lançamento do pedido da IG, que aconteceu nesta sexta-feira (19), em São Mateus.

“Queremos garantir aos quilombolas o reconhecimento de que esta é uma produção característica do Sapê do Norte. Com isso, agregar valor ao que é produzido nas casas de farinha e beiju dessa região, conseguindo preços maiores na estratégia de comercialização”, destaca a gerente regional do Sebrae/ES, Clébia Pettene.

Estiveram presentes no evento, representantes das IGs do norte capixaba, como a IG da Pimenta do Reino, IG da Pimenta Rosa (aroeira), além de representantes da empresa Suzano, COOPBAC, Iphan, Secretarias de Cultura e Turismo de São Mateus e Conceição da Barra, Coordenadoras estaduais dos Quilombolas do Espírito Santo, CDL, e quase cem quilombolas pertencentes aos dois municípiosque serão beneficiados com o reconhecimento desta IG.

A gerente regional do Sebrae/ES, Clébia Pettene, participou do evento.

“Este lançamento marca, oficialmente, a solicitação de reconhecimento da IG do Beiju do Sapê do Norte para conseguirmos a certificação desta IG junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI)”, destaca Clébia.

Sapê do Norte

A IG do Beiju do Sapê do Norte carrega este nome como denominação de origem. O sapê é uma gramínea típica dos quilombos nos municípios de São Mateus e Conceição da Barra, que não é consumida por humanos e animais. E sempre que retirada ela renascia no local.

Esta será a primeira IG em solo quilombola, no Brasil, e a expectativa é que cerca de 150 famílias, de 20 comunidades, sejam beneficiadas.

“Para nós, o sapê é símbolo de resistência, é o resgate de uma cultura e de um povo, e a venda do beiju para nós é uma questão de sustentabilidade”, destaca a representante dos quitungos do Sapê do Norte, Josileia dos Santos Nascimento.

Com o reconhecimento da IG, apenas os quilombos dessa região terão o direito de usar o nome Beiju do Sapê do Norte em seus produtos, conferindo proteção comercial aos produtores.

A partir daí, a comercialização do beiju em hotéis, pousadas e restaurantes além de gerar renda para as famílias, vai promover também um resgate cultural das comunidades quilombolas, além de uma identificação de qualidade e reputação única devido à sua origem.

“É importante destacar que esta será a primeira IG em solo quilombola no Brasil, e a expectativa é que cerca de 150 famílias negras rurais, reunidas em 20 comunidades de povos remanescentes dos quilombos, sejam beneficiadas com esse reconhecimento”, salienta Clébia.

Comitê Gestor

Integram o Comitê Gestor da Indicação Geográfica do Beiju do Sapê do Norte a superintendente do Iphan no Espírito Santo, Elisa Taveira, a gerente regional do Sebrae/ES, Clébia Pettene, o secretário de Cultura e Turismo de Conceição da Barra, Roberto Malacarne, donos de casas de farinha e beiju do quilombo do Sapê do Norte, representantes da empresa Suzano, e Anselmo Junior da empresa Inovates, contratada para realizar o trabalho de certificação da IG.

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