De volta às raízes… Foi por necessidade, mas também com o desejo de melhorar a situação financeira da família, que a empresária Fabiani Reinholz, 33 anos, voltou para a propriedade dos pais, um sítio na região de São João Pequeno, em Colatina. Com o desafio de ajudar os pais, e seguindo seu instinto empreendedor, ela iniciou uma pesquisa extensa sobre produção de cacau de qualidade. O resultado foi o surgimento da Reinholz Chocolates, que com consultoria do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae/ES), deve abrir a primeira loja já no próximo mês.
O espaço já está em obras e será inaugurado no Centro de Colatina, com uma loja pensada e planejada para o crescimento e desenvolvimento futuro da empresa. “O Plano de Negócios que fizemos com ajuda do Sebrae/ES direcionou a gente. Inicialmente era pra ser uma loja grande, com muita coisa. Só que ao pensar na possibilidade de franquia, começamos a estruturar uma loja que fosse mais fácil de se adequar em diferentes cidades, não deixando de pensar no que queremos fazer, e também planejando como queremos crescer como empresa. Nossa intenção é de aprender e corrigir com a primeira loja para, depois, saber como ampliar a empresa junto com as próximas lojas que virão, com franquia ou não”, relata a empresária Fabiani Reinholz.
Essa parceria com o Sebrae/ES, por sinal, também está presente em outras frentes da empresa. Por meio do curso de vendas, por exemplo, a equipe de vendas foi toda capacitada. E ainda tiveram outras formações, que ajudaram no desenvolvimento visual da marca, assim como no uso das redes sociais da empresa e, até, no desenvolvimento do agroturismo na sede da fábrica.
“A única saída de continuar crescendo é por meio da capacitação. É a renovação. Porque sempre tem algo a aprender, a aprimorar e a melhorar. E o Sebrae/ES vem com esse incentivo, oferecendo capacitaçãoe apoio para quem quer estudar e melhorar”, defende a empresária.
As relações com o Sebrae/ES também estão presentes nas feiras que são apoiadas ou realizadas pela instituição. “A gente tenta ir em todas. É um apoio muito importante, porque além de conseguir o feedback do consumidor final, esses eventos ajudam a abrir as portas para novas parcerias, ampliando nossos espaços para comercialização dos chocolates e aumentando a clientela que tem a oportunidade de conhecer nossos produtos. A ajuda foi crucial, principalmente no pós-pandemia”, pontua Reinholz.
Superação
Só que antes de abrir a Chocolates Reinholz, Fabiani buscava entender de que forma ajudaria na propriedade dos pais. Quando saiu de casa, antes de completar 18 anos, ela não desejava trabalhar no sítio da família. Seu desejo era estudar e trabalhar em outra área. Tanto que se formou em Engenharia Civil já pensando em abrir um negócio próprio, seguindo os passos de alguns dos empresários que ela admira. “Ainda jovem vi que muitos donos de negócios eram formados em engenharia. E pensei em fazer o mesmo”, relata.
Mas veio a surpresa e a necessidade de retornar para Colatina. O pai adoeceu, e a mãe, que já cuidava de uma das irmãs de Fabiani por conta de uma deficiência, precisava de ajuda. Ela retornou de imediato e começou a focar nas contas e no financeiro da propriedade. “Aos poucos fui entendendo o que acontecia, e pensei que poderia fazer algo diferente para agregar valor na produção”, explica a empresária.
O café era o foco principal da produção tocada pelo pai, só que o retorno era baixo e o trabalho muito desgastante. Foi olhando para os 400 pés de cacau da propriedade, e que se mantinham lá porque a mãe sempre gostou, que Fabiani enxergou a possibilidade de mudar a situação da família. “Não era foco de produção nem de venda. Mas soube das amêndoas especiais do cacau, que rendiam um valor maior, e comecei a pesquisar”, explica Reinholz.
Ela embarcou para São Paulo, fez um curso completo sobre a cadeia do cacau, e voltou apaixonada. “Fui com a ideia de amêndoa especial, e voltei querendo produzir o próprio chocolate”, diz. Ainda no aeroporto encomendou as máquinas que ia precisar para a produção, e duas semanas depois já tinha o primeiro chocolate da família. “Ficou muito ruim, mas isso porque o nosso cacau era ruim. Então fui aprender a como produzir um cacau de qualidade para ter um chocolate de qualidade”, descreve.
Sem desistir, e aceitando os desafios que surgiam em cada etapa do processo, Fabiani foi adequando tudo. Corrigiu a colheita e a poda, acertou o processo de fermentação, incluiu as estufas de secagem para o cacau especial, até conseguir apresentar o chocolate que desejava. Foram dois anos de testes, com erros, acertos e muito aprendizado. “Eu não queria entrar no mercado com algo experimental, queria algo bom, com qualidade, com embalagem certa, com marca e identidade visual corretas”, defende a empresária.
Resiliência
No final de 2019 a Reinholz Chocolates foi apresentada ao público. A empresa foi aberta virtualmente, já em contato com o público pelas redes sociais. Mas meses depois veio a pandemia. Não tinha como promover o produto, não havia chance de criar laços com parcerias, ninguém podia experimentar os chocolates. O alerta chegou ao extremo em abril, mês da Páscoa, com a empresa pronta para vender e com ninguém para comprar.
“A saída foi trabalhar de boca a boca e assumir as vendas por delivery. Conseguimos atender a demandas de Vitória e Colatina, e passamos a comercializar diretamente com os clientes. Foi o que nos salvou”, conta a empresária.
Com mais gente comprando e conhecendo os chocolates, outra demanda apareceu: o agroturismo. A propriedade fica a 36 quilômetros de Colatina, e alguns clientes começaram a pedir para visitar a fábrica. Algo que Fabiani já tinha cogitado lá trás, quando construiu o espaço e o projetou com vidros para que as pessoas pudessem ver o processo de fabricação dos chocolates. Veio à tona a engenheira civil.
“As pessoas começaram a visitar, tiravam fotos, postavam nas redes sociais, e mais gente se interessava. No começo foi difícil, porque ainda não tinha uma estrutura adequada para receber todo mundo. Foi necessário reformar o espaço, construir banheiros e uma loja para vender os chocolates. E ainda ampliamos a experiência, incluindo passeios nas lavouras, na casa de fermentação e, até, na estufa para as amêndoas especiais. Assim o visitante consegue conhecer todo o processo”, explica Reinholz.
O reconhecimento da empresa chegou até o Incaper, que convidou Fabiani a fazer parte do Projeto Mulheres do Cacau. Hoje ela recebe mulheres que trabalham com propriedades rurais e as ensinam sobre a produção de amêndoa especial e de todos os processos do cacau. A fábrica virou uma unidade demonstrativa para visitas técnicas.“E já tem gente que veio aqui produzindo amêndoa especial”, conta.
Hoje, Fabiani entende que todo o processo de desenvolvimento e estruturação da empresa foi crucial para valorizar, ainda mais, as conquistas atuais da Reinholz Chocolates. “Eu acredito muito que nosso produto é de qualidade e diferenciado. Eu acredito muito que se trabalhar direito e fizer as coisas com carinho, a situação vai acontecer, vai dar certo. E se não der certo a gente se reinventa e faz dar certo. Não dá para pular etapa, mas dá para aprender e corrigir. Tem que estar preparada para os desafios, tanto de forma administrativa quanto com os protocolos e todos os processos que fazem parte de uma empresa. Mas não se pode esquecer de sempre buscar por conhecimento”, defende a empresária.
Recentemente, Fabiani venceu a categoria Produtora Rural, do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, na etapa estadual. E, agora, é uma das cinco finalistas que vão concorrer à etapa nacional. Mais uma conquista importante para a Reinholz Chocolates.
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