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Produção de vinhos finos já é realidade no Espírito Santo

Dentro da programação da RuralTurES, Seminário debateu técnicas de manejo da uva para que a colheita seja feita no inverno, resultando em vinhos de qualidade
Por Ludmila Azevedo
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A RuralTurES, maior feira de turismo rural do Espírito Santo, terminou no último domingo no Distrito Turístico de Pindobas, em Venda Nova do Imigrante. Uma das novidades da edição deste ano foi o Seminário Capixaba sobre Uvas de Inverno para a Produção de Vinhos Finos, parceria entre o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae/ES), Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag). O bate-papo aconteceu no último fim de semana.

O superintendente do Sebrae/ES, Pedro Rigo, abriu o seminário falando sobre a importância de trazer mais uma opção de produto para os empreendedores do campo. “O agrônomo Pedro Burnier trouxe essa demanda para que o Sebrae pudesse entrar no projeto de vinhos finos. Vamos modelar o negócio com ajuda do Incaper e Senar, desenvolvendo um plano de negócios para o produtor que desejar plantar essa uva, que demanda um cultivo diferente. Nosso objetivo é dar toda a informação para que o empreendedor já saiba qual será o custo e a rentabilidade, antes mesmo de investir no negócio”, explicou Rigo.

O superintendente do Sebrae/ES, Pedro Rigo, falou sobre o desenvolvimento de planos de negócios para quem deseja se tornar um produtor

O assessor técnico da Seag, Fabricio Zanzarini, ofereceu um panorama sobre a produção de uva no Espírito Santo. No ano de 2024, um total de 2720 toneladas foram produzidas por aqui, sendo 80% dessa produção proveniente da agricultura familiar. A maioria das propriedades (222) produz a chamada “uva de mesa”, enquanto 56 estabelecimentos se dedicam à produção de uva para vinho ou suco.

“Em visitas à cidade de Pinhal, no sul de Minas, perto da divisa com São Paulo, conhecemos a técnica de dupla poda para o manejo dessa uva para produção do vinho fino no inverno”, contou Fabricio.

Em seguida, três produtores, mediados por Pedro Burnier, falaram sobre suas experiências com a produção de vinhos e espumantes. Gustavo Vervloet, do Quinta dos Manacás, falou sobre a adaptação para colher as uvas no clima de inverno das Montanhas Capixabas. “Durante o verão, nossa região tem muitas chuvas e, a uva usada para a produção do vinho fino, diferente das uvas para suco ou de mesa, precisa do estresse hídrico. No inverno a gente tem essa estiagem nas Montanhas, então tivemos que conduzir a colheita para essa época. Na nossas vinícola, temos os clones selecionados para a produção da uva Syrah e Cauvignon Blanc”.

Eliton Stange, da Cantina Matiello, falou que, apesar do carro-chefe da vinícola ser o vinho de jabuticaba desde 1996, o local também investe na produção dos vinhos finos. “O vinho de jabuticaba, indicado para consumidores mais iniciantes, é um sucesso até hoje, mas, observando o mercado e nossos clientes, vimos a necessidade de investir nessa outra produção que tem custos mais altos e uvas mais difíceis de trabalhar. Posso afirmar que, aqui no Espírito Santo, estamos no caminho certo de consultorias e assistência técnica para nos especializarmos nos vinhos finos”, completou.

Os produtores falaram sobre suas experiências com as uvas de inverno

Já Rodolfo Carraretti, da Cantina Carraretti, contou a história de seus bisavós, que vieram da França e continuaram a tradição da produção de vinhos no Brasil. “Foi preciso adaptar a produção para as terras brasileiras. Temos alguns fatores climáticos que dificultam a colheita, tendência ao apodrecimento e doenças nas frutas. Hoje já usamos uma tecnologia mais indicada para os vinhos finos de alta qualidade, que são envelhecidos em tanques de inox e depois barris de carvalho”, disse ele.

Depois desse bate-papo, os profissionais Samuel Coura (pesquisador) e Cassio Faria Venturini (extensionista rural) do Incaper falaram sobre a delimitação de áreas aptas para a produção de uvas e as técnicas de manejo, respectivamente. O produtor Vinícius Corbellini, da Vinícola Tabocas, levou os casos de sucesso dos vinhos finos da propriedade que foram reconhecidos em premiações internacionais.

A gestora do Polo Sebrae de Turismo de Experiência, Renata Vescovi, finalizou o seminário falando sobre as oportunidades para explorar o turismo rural nas propriedades com experiências únicas como a pisada da uva e visitas guiadas ao parreiral, por exemplo. A fala dela foi seguida por um momento de degustação de vinhos finos capixabas.

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