Na madrugada de 11 de junho, a Almar 027, empresa especializada em passeios turísticos de caiaque na Praia da Guarderia, em Vitória, estava preparada para iniciar mais um dia típico. Normalmente, antes do nascer do sol, o proprietário Arthur Aragão e sua equipe já estariam prontos para uma intensa programação de atividades. Porém, naquela madrugada, um incêndio inesperado transformou a rotina completamente.
“Acordei com uma ligação avisando de um incêndio na Guarderia. Todos os nossos 24 caiaques e outros equipamentos haviam sido destruídos pelo fogo”, recorda Arthur, que ainda aguarda um desfecho da investigação policial para entender o que aconteceu. “No primeiro momento, não sabíamos o que fazer, ficamos perdidos.”
O choque inicial ao ver todo o trabalho consumido pelas chamas rapidamente deu lugar aos planos de recomeço, impulsionados por uma onda de solidariedade que impediu a empresa de fechar as portas. “A Náutica One, que também opera na Guarderia, nos emprestou 10 caiaques para não interrompermos as atividades, pois já tínhamos reservas para o mês inteiro. Contamos também com a compreensão dos clientes, que tiveram os passeios cancelados ou reagendados”, explicou o proprietário.
Graças a uma campanha solidária de arrecadação, a Almar 027 conseguiu repor boa parte dos seus equipamentos. Atualmente, a empresa opera com 15 caiaques duplos novos para os clientes e cinco unidades alugadas. Além disso, já adquiriram mais cinco duplos e cinco individuais, destinados aos instrutores, que serão entregues em breve. “Estamos com a capacidade de 40 pessoas por passeio. Podemos dizer que já estamos 100% como antes”.
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Fazendo as contas
O incêndio que atingiu a Almar 027 colocou em risco os planos de expansão da empresa, criada há menos de um ano. “Estávamos num ritmo muito bom, com novidades a caminho. De uma hora para outra, paramos. Tínhamos uma receita grande e passamos a ter uma despesa significativa com todas as perdas”, relata Arthur.
Os passeios de caiaque destinados às crianças durante as férias não aconteceram, e alguns investimentos foram adiados. Para lidar com a nova realidade, Arthur conta com a ajuda do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae/ES), que ofereceu um Plano de Negócios para ele conseguir reestruturar a empresa.
“O Plano de Negócios realiza uma análise crítica sobre a viabilidade de um empreendimento. No caso da Almar 027, estamos avaliando as condições financeiras atuais e futuras, considerando os custos de reconstrução, potencial de receita, fontes de financiamento e sustentabilidade econômica a longo prazo”, explica Renata Bromonschenkel, analista do Sebrae/ES.
A consultoria também vai ajudar a empresa a identificar oportunidades no mercado, revisar a capacidade operacional, logística e necessidades de infraestrutura da Almar 027, além de examinar as práticas de gestão, propondo melhorias para uma administração eficiente e resiliente, capaz de enfrentar futuros desafios e cenários de incerteza.
“A análise está sendo realizada de forma participativa, com encontros periódicos entre o consultor do Sebrae e Arthur, garantindo que todas as decisões sejam bem fundamentadas e alinhadas com os objetivos de recuperação e crescimento da Almar 027. O foco é assegurar que a empresa não só supere os impactos do incêndio, mas também se fortaleça e prospere em um mercado competitivo”, destaca Renata.
Ainda de acordo com a analista, qualquer empreendimento, mesmo que não tenha passado por uma situação de crise, pode realizar um plano de negócios . “Normalmente, é um serviço pago, mas foi oferecido gratuitamente pelo Sebrae à empresa devido às circunstâncias. Arthur era nosso cliente, e nos solidarizamos com tudo o que aconteceu”.
Otimismo para seguir em frente
Além da consultoria, a Almar 027 foi incluída no Programa de Capacitação ao Turismo, também oferecido pelo Sebrae/ES. “Estamos mergulhando de cabeça nessa oportunidade para evoluir nosso produto tanto para o público capixaba quanto para os turistas que visitam nossa terra”, conta Arthur.
Com o apoio recebido de todos os lados, planejar os próximos passos da empresa está deixando não só o proprietário, mas toda a equipe animada. E o sonho de levar os passeios de caiaque para a Curva da Sereia, na Praia da Costa, que parecia distante após o incêndio, agora está mais próximo de se tornar realidade.
“Falta apenas a autorização da prefeitura para começar a atuar em Vila Velha. Mesmo com a tragédia de junho, o sentimento hoje é de felicidade, especialmente ao ver os clientes saindo sorridentes ao final de cada passeio. Passamos por dias ruins, abatidos, mas nunca pensamos em parar, nunca cogitamos isso.”
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