O Espírito Santo está na final nacional do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios (PSMN), prevista para ocorrer na próxima quarta-feira, dia 23 de novembro, em Brasília. A empresária Fabiani Reinholz, da empresa Reinholz Chocolates, é uma das cinco finalistas na categoria Produtora Rural.
Após vencer a etapa estadual, Fabiani também conseguiu avançar na etapa regional, sendo a grande vencedora entre as participantes dos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.“Ter passado para a etapa regional já foi uma alegria muito grande. E chegar à etapa nacional, representando o Espírito Santo e toda a região Sudeste, é incrível. Ver que todo nosso esforço e nossa dedicação estão sendo reconhecidos é inspirador, e ainda nos dá a chance de apresentar um pouco do nosso agroturismo e da nossa produção capixaba para fora do estado, o que torna tudo mais gratificante”, comemora a empresária.
Depois de anos de muita pesquisa, que iniciou com o retorno da empresária para São João Pequeno, em Colatina, para assumir a administração da propriedade dos pais, Fabiani iniciou o processo de produção de amêndoas especiais de cacau para conseguir produzir um chocolate de qualidade. Assim nasceu a Reinholz Chocolates, que no próximo mês deve abrir sua primeira loja física, no Centro de Colatina.
“Sabemos que estamos no caminho certo, mesmo sabendo que ainda há muito a melhorar e a conquistar. Estamos desenvolvendo um produto feito com muito carinho e muito amor, e esse reconhecimento demonstra isso. Estar na final fortalece nossa empresa”, enfatiza Fabiani.
E todo esse reconhecimento, segundo a empresária, não seria possível sem a parceria e a ajuda do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae/ES). “O Sebrae/ES é um parceiro nosso e que tem feito muita presença em nosso crescimento, contribuindo com cada etapa de nossa caminhada. E estar entre as cinco finalistas na categoria de produtora rural já é maravilhoso, um reconhecimento a mais para essa parceria que tem dado muito certo”, afirma.
História
Engenheira civil de formação, Fabiani precisou retornar para a propriedade dos pais para ajudar a família. O desafio inicial era entender como a empresa funcionava e, a partir da propriedade, encontrar uma forma de aumentar a renda. Foi da pequena plantação de cacau, com 400 pés, que ela teve a ideia das amêndoas especiais. Mas um curso em São Paulo a ajudou a se apaixonar pelo chocolate e por todo o processo de fabricação. Voltou para Colatina destinada a mergulhar de cabeça nesse novo negócio.
Os primeiros chocolates ficaram muito ruins. “Mas isso porque o nosso cacau era ruim. Então fui aprender a como produzir um cacau de qualidade para ter um chocolate de qualidade”, explica a empresária. Sem desistir, e aceitando os desafios que surgiam em cada etapa do processo, Fabiani foi adequando tudo. Corrigiu a colheita e a poda, acertou o processo de fermentação, incluiu as estufas de secagem para o cacau especial, até conseguir apresentar o chocolate que desejava. Foram dois anos de testes, com erros, acertos e muito aprendizado
A empresa surgiu do jeito que Fabiani queria, no final de 2019. Mas aí veio a pandemia, uma páscoa com muitos doces e sem nenhum cliente. A saída foi assumir mais uma função: as vendas. Conseguiu contatos com clientes de Vitória e Colatina, investiu no atendimento online e na entrega a domicílio. E ainda abriu o sítio da família para o agroturismo.
“As pessoas começaram a visitar, tiravam fotos, postavam nas redes sociais, e mais gente se interessava. No começo foi difícil, porque ainda não tinha uma estrutura adequada para receber todo mundo. Foi necessário reformar o espaço, construir banheiros e uma loja para vender os chocolates. E ainda ampliamos a experiência, incluindo passeios nas lavouras, na casa de fermentação e, até, na estufa para as amêndoas especiais. Assim o visitante consegue conhecer todo o processo”, explica.
Hoje a fábrica virou uma unidade demonstrativa para visitas técnicas, fazendo parte do Projeto Mulheres do Cacau, via Incaper.
“Quando a gente começou a empresa eu queria muito que a agricultura familiar desse certo. E esse prêmio também traz essa sensação de que a agricultura familiar, quando bem feita, bem pensada, realizada com união e envolvendo capacitação e muito estudo, tem tudo para conquistar resultados fortes e importantes. Esse reconhecimento para a nossa empresa mostra que mesmo o pequeno produtor pode ter uma vida diferente, uma condição social diferente, desde que ele também venha a se dedicar, a estudar e a se capacitar”, finaliza Fabiani.
Conheça um pouco mais da história da Reinholz Chocolates!
Empreendedorismo Feminino: retorno às origens motiva o surgimento da Reinholz Chocolates
Prêmio Sebrae Mulher de Negócios
A premiação tem o propósito de reconhecer histórias inspiradoras de empresas lideradas por mulheres. Desde 2004, quando houve a primeira edição, mais de 80 mil empreendedoras se inscreveram. Dividido em três etapas (estadual, regional e nacional), o PSMN premia nas categorias Pequenos Negócios, Produtora Rural e Microempreendedora Individual (MEI).
Confira logo abaixo as finalistas por categoria!
Microempreendedora Individual
– Laís Alves Lima Freitas (Bahia)
– Carolina dos Santos Debus (Mato Grosso do Sul)
– Samila da Silva Pinheiro (Amazonas)
– Marina Ulhôa Carvalho (Minas Gerais)
– Maria Cristina Cavassin (Paraná)
Produtora Rural
– Fabiani Salomão Reinholz Macedo (Espírito Santo)
– Marcia Kafensztok (Rio Grande do Norte)
– Rute Maria de Azevedo Sá Gontijo (Distrito Federal)
– Veronica Preuss (Pará)
– Maria Rosinete Souza Effting (Santa Catarina)
Pequenos Negócios
– Thais Cristina Nery Borges (Alagoas)
– Elaine Lilian moura da Silva (Goiás)
– Mareilde Freire de Almeida (Rondônia)
– Silvana Maria Nunes Louro (Rio de Janeiro)
– Luciana Elisabete Argenta (Rio Grande do Sul)
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